por Bo MontenegroImaginem uma viagem no tempo. Um tempo além do tempo aonde todas as possibilidades existem. Lugares inimagináveis que só poderíamos vislumbrar em sonhos, e que hoje podemos nos fascinar pelos olhos do Telescópio Hubble. Um lugar nos umbrais e confins do universo onde as estrelas nascem e dançam em uma espiral cósmica fantástica. Um lugar do qual viemos e pertencemos como poeira astral.
Chegando ao Tibet pelo então Caminho da Seda, o purismo da Yoga criada por Patanjali na Índia há 2000 anos foi preservada em sua essência original, no coração das montanhas sagradas do Himalaia. Esquecida no tempo, vem sendo praticada por um grupo de Monges Budistas Yogis Meditadores desde então.
O Tibetan Heart Yoga, assim chamado hoje é parte intrínseca das atividades Físico/Meditavas/Espirituais de todos os Lamas da Tradição Gelupa desde o século 12. Geshe Michael Roach, Lama Christie McNally, LamaMarut, o Venerável Monge Metteyya Sakyaputta, Lama Mercedez Balehda, todos eles Yogis/Yoginis monges Meditadores, inclusive o nosso queridíssimo Lama Tenzin Gyatso, Sua Santidade o 14º Dalai Lama.
O Coração Tibetano nos revela como a “Yoga Meditativa” (tibetana) funciona e o mais importante: para que se destina. Virtude, Respiração, Visualização Amorosa e Asanas, combinados, resultam numa Mente mais saudável e feliz. Assim sendo o Corpo Físico e o Espiritual se unem para atingir poderosos e auspiciosos resultados de cura para os nossos Meio Ambiente Interno (nosso Corpo) e Externo (o Mundo).
O estudo do Dharma, dos Sutras do Coração e do Diamante de Buddha Shakiamuni e a Essência do Sutra da Yoga de Patanjali nos leva ao entendimento sobre a “Vacuidade”. A Meditação sobre a “Vacuidade” é fundamental na prática tibetana para que possamos entender que nada existe independentemente e por si só, como também a interdependência absoluta de tudo que nos cerca.
A Realidade que vemos é inexistente fruto de nossas percepções errôneas do mundo como ele existe (não existe). A mente é aonde tudo acontece. O mundo está em você e é projetado por você, e não de fora para dentro como nós o percebemos e achamos que assim o é (o mundo). Ou seja, a natureza de tudo é "Vazia" (Vacuidade), assim e possível ver a nossa vida e o que nos cerca da mesma maneira que vemos um filme. Isso nos trás uma sensação profunda de relaxamento (Paz Interior).
“A Quietude Meditativa” é a conexão correta para tudo àquilo que não podemos perceber, ver ou notar. Isto nos faz estar em sintonia com a suave e imperceptível passagem do tempo, em “Contemplação” amorosa se curvando em abençoado estado de agradecimento por ser tocado pela beleza e a plenitude da vida como ela é. Assim sendo os Pranas (os ventos interiores) purificam os Pensamentos, os Chakras e Canais sutis, levando o praticante a fluir, dançar e se tornar um anjo protetor do mundo.
Uma jornada para dentro do seu Ser, nossos Chakras, Canais (centrais e laterais), voando livremente levado pelos ventos sutis e hiper sutis. Numa viagem aos confins de nossa existência cósmica em contato direto com a nossa existência... Aqui e agora. Meditando com Amor e Gratidão em nossos Corações (Tibetanos), fazemos da nossa prática um veículo de conexão e ajuda ao próximo dedicando os benefícios atingidos em prol de mais Amor e Compaixão a todas as nossas relações.
Tapete de Yoga é um Templo e o nosso corpo o Altar. Esta auspiciosa união possui 3 objetivos primordiais e simultâneos:
1) Aprender como o mundo, o corpo e a mente funcionam a nosso favor. (Yoga Sutra e Dharma)
2) Abrir nossos corações a todos, para benefícios coletivos e pessoais. (Coração Tibetano e Meditação)
3) Revitalizar o corpo sutil, hiper sutil, e o físico, levando naturalmente às práticas e estudos do desenvolvimento cósmico/humano. (Ciência Quântica)
Voe pelos seus canais e ventos internos, descubra a libertadora sensação de Ser “você a mudança que você quer ver no mundo.” (Gandhi), aprendendo a meditar.
O Mundo que nos cerca não existe, transforme-o. O Milagre e o Segredo esta na Visão Correta de Amor e Gratidão dentro de nossos Corações!
"O lado negativo é que qualquer problema em uma das camadas afeta as outras. Qualquer instabilidade nos pensamentos gera um distúrbio nos ventos sutis que os conduzem. Esses, por sua vez, alteram a respiração, gerando nervosismo e tremores no corpo. Eventualmente, tudo isso culmina em sofrimentos como úlceras, problemas no coração, que novamente geram uma série de pensamentos desagradáveis - e assim é criado um ciclo vicioso. Os exercícios externos e as meditações internas da Yoga revertem este ciclo". (Lama Christie McNally)
"Nós usamos nossa imaginação para planejar ou para sonhar de olhos abertos e gastamos boa parte do dia dormindo. Constantemente invocamos nossas memórias. De vez em quando nossos estados mentais são tingidos por pensamentos negativos que nos afligem e nos tornam infelizes. (...) Nós simplesmente queremos parar o engano e toda a infelicidade que causa. Queremos, em última instância, que nossa mente se torne clara, feliz e amorosa". (Geshe Michael Roach)
"Muitas vezes as nossas Mentes não estão o suficientemente em Paz. Então realizamos que talvez tenhamos que compreender mais sobre a Mente propriamente dita, para equilibrarmos as (nossas) emoções. Assim sendo equilibrando a nossa Mente, cultivaremos mais Alegria."
(Venerável Metteyya Sakyaputta, Buddhist monk)
“Há muito que podemos fazer para influenciar a nossa experiência com o sofrimento. Velhice, doenças, e morte são inevitáveis, mas, com os tormentos de pensamentos e emoções negativas, nós certamente temos uma escolha em como podemos lidar com o sofrimento. Se quisermos, podemos adotar uma abordagem desapaixonada e racional, e sobre essa base podemos temperar a nossa (resposta) vontade”. (Dalai Lama)
Os praticantes de Ashtanga, Iyengar, Bikram, Jivamukti e outros Yogas se sentirão em casa e aprenderão como combinar o Coração Tibetano, a Motivação e seu Yoga em profundas práticas internas para servir o mundo.
O Yoga do Coração Tibetano, um privilégio vivenciá-lo, compartilhá-lo e vive-lo!
Bo Montenegro é cineasta, praticante de Yoga e estuda o Budismo Tibetano.