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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Ahimsa, a sabedoria da não-violência

por Tatiane Rangel

Tratar com respeito tudo e todos é uma condição essencial para o desenvolvimento da humanidade. Dentro da cultura do yoga, este é um dever essencial e universal que devemos ter em nossa conduta.

Em nossa sociedade as manifestações de agressividade e violência estão presentes em toda parte e em todos os meios. Neste contexto em que vivemos é um desafio buscar a visão mais ampla e universal da união em vez da separação, da aproximação do ser humano com a natureza em vez do isolamento na artificialidade, nos valores ilusórios.

A sociedade do excesso e do consumo, a individualidade, a competição e a vaidade persistem em toda parte violentando os seres humanos e a natureza. Contra este atual contexto temos o yoga afirmando a não-violência como tema principal.

Tudo absolutamente faz parte de uma realidade única. Reconhecer a manifestação da mesma realidade em toda parte e em todos os seres se torna a principal condição para que tenhamos todos a paz tão almejada.

Aquele que enxerga na diversidade a divindade, a consciência suprema, por trás das diferentes formas dos fenômenos, é um yogui. E com este entendimento o yogui expressa a virtude de ahimsa, a não-violência.

Ahimsa não diz respeito apenas ao plano físico, mas ao plano sutil, dos pensamentos. Muitas vezes a violência nos pensamentos traz muito mais ruínas do que a violência física em si praticada contra algo ou alguém.

A não-violência não se aplica apenas aos outros, mas principalmente a nós mesmos, na relação que temos conosco. Não se trata de reconhecer como violenta apenas uma situação em que levamos um soco no estomago, mas sim reconhecer como violento e muito danoso um comportamento em que provocamos em nós mesmos sensações prejudiciais através de pensamentos e ações.

Com a ansiedade e a suposta falta de tempo, muitas vezes tratamos nosso corpo físico como uma máquina que não precisa de descanso. A partir daí são comuns os problemas de saúde causados por estresse, preocupações, insônia, ansiedade.

Em síntese, podemos interpretar ahimsa como o ato de não fazer mal a nenhuma criatura viva. A partir deste pensamento, e lembrando que o universo está vivo e em mutação, facilmente chegaremos à conclusão de que é impossível e impraticável a violência de qualquer natureza.

Um bom exercício de reflexão neste início de ano é fazer alguns questionamentos e avaliar se estamos sendo verdadeiros conosco e com os demais.

Teste os seus princípios de harmonia:

· Respeitar os outros seres vivos é importante para mim?
· Como me sinto quando causo dor a outro ser vivo?
· Como me sinto quando vejo outro ser vivo sofrer?
· Tento relevar quem me causou dano?
· Tenho pensamentos vingativos?
· Alimento pensamentos negativos?

Um comentário:

  1. Muito pertinente refletir sobre o ahimsa em seus mais diversos níveis e situações, se for uma prática diária de todos o mundo mudará de configuração.

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